Novas soluções tecnológicas para hospitais reafirmam o foco no consumidor
Por Luciana Cartocci, Diretora Executiva da Teleinfo Soluções
Na maior feira de tecnologia do mundo, a CES Las Vegas 2023, as inovações do segmento da saúde prometem revolucionar o atendimento hospitalar nos próximos anos, seja presencial, online ou híbrido. Desde uma plataforma que realiza medições contínuas de saúde e sinais vitais durante chamadas de telemedicina até dispositivos baseados em realidade virtual e aumentada (VR e AR), as soluções estão prontas para fazer a diferença na vida de instituições de saúde, médicos e pacientes.
Dentre as mais de 2.200 empresas expositoras, com ferramentas e tecnologias que reduzem custos, acompanham as ameaças cibernéticas em rápida evolução, melhoram a equidade na saúde e salvam vidas, fica difícil elencar os principais destaques tecnológicos do evento, mas uma coisa é certa: o foco está no consumidor-paciente. A tecnologia está centrada em humanizar e facilitar as interações no atendimento de saúde. E não precisamos ir longe, TVs que podem se conectar à internet e permitir conexões com familiares, amigos e cuidadores durante a internação.
Contudo, nem de perto é a novidade mais disruptiva. As soluções baseadas em realidade virtual e aumentada (VR e AR), assim como Inteligência Artificial, estão fomentando dispositivos vestíveis – os wearables – que rastreiam uma ampla gama de sinais e atividades vitais. Os recursos também estão por trás das soluções que mesclam experiências virtuais e da vida real. Com a ascensão do metaverso e a presença de dispositivos conectados, abre-se uma oportunidade de impactar os diagnósticos, a jornada do paciente e as experiências de saúde.
É claro que em 2023 é impossível falar de inovação sem pensar na telemedicina. As consultas online prometem ganhar novos recursos, como um sistema de monitoramento de saúde sem contato baseado em vídeo, que promete usar “selfies” de vídeo e tecnologia de imagem óptica transdérmica, para calcular com precisão uma série de sinais vitais e avaliações de risco à saúde usando dispositivos móveis e de mesa comuns, de acordo com a empresa Nuralogix.
Contudo, a cada vez que citamos soluções que mobilizam um grande volume de dados – e metadados – sensíveis e particulares, abrimos também a urgente necessidade do investimento concomitante em cibersegurança. A boa notícia é que o mercado está ciente desta tarefa e já propõe que este conceito forme a base de todas as ofertas apresentadas. Os pacientes estão focados em sua privacidade e no controle de seus dados de saúde, que, inclusive, é resguardado pela legislação brasileira.
A CES 2023 reafirma que a tecnologia para a saúde não é mais um complemento lateral, mas que agora faz parte da forma e da funcionalidade do atendimento aos pacientes e familiares daqui para frente. Obviamente, o caminho para estruturar estes projetos na prática é longo, repleto de desafios e investimentos necessários em infraestrutura capaz de receber e operar a inovação efetivamente. Todavia, seria um atraso não reconhecer que o futuro se forma hoje, e será digital.