O risco de suicídio é maior em pessoas com transtorno de personalidade borderline?
Dra Luciana Oliva, psiquiatra, especialista em Atenção Básica à Saúde da Holiste explica sobre os tratamento e prevenção de suicídio para pessoas que lidam com a impulsividade emocional
Quando a intensidade das emoções se torna um transtorno? O diagnóstico de personalidade borderline não é novidade na psiquiatria, mas ainda é um tabu na sociedade. O exemplo mais famoso da teledramaturgia é a personagem Heloísa, da novela Mulheres Apaixonadas, que é retratada como uma vilã com ciúmes doentios pelo marido, mas que encontra ajuda no final da trama com um grupo de apoio terapêutico.
Para muitas pessoas o transtorno pode ser confundido apenas com falta de controle, mas a psiquiatra Luciana Oliva, da Holiste Psiquiatria, explica que a situação é muito mais séria. “O borderline é caracterizado por oscilações do humor, déficits na autoimagem, sensação de vazio, desequilíbrio emocional que normalmente é desencadeado por situações de conflito interpessoal, comportamentos autodestrutivos e impulsividade em momentos de grande sofrimento emocional, levando a comportamentos autodestrutivos”.
Borderline e Suicídio
De acordo com o psiquiatra, originalmente, o termo borderline quer dizer “limítrofe”, pois acreditava-se que a condição seria a fronteira entre a psicose e a neurose, contudo, nos últimos anos, o transtorno vem sendo mais associado aos transtornos afetivos, demonstrado pela grande instabilidade emocional. É exatamente a reação emocional impulsiva e desmedida que agrava os riscos de o paciente atentar contra a própria vida.
“Esse transtorno está associado a um maior risco de suicídio quando comparado com a população geral. Pesquisas de acompanhamento descobriram que o suicídio ocorre em até 10% dos casos de TPB. A desregulação emocional acompanhada pela falta de controle sobre os impulsos torna os pacientes mais propensos a recorrer a ações suicidas, e a frequência de tentativas de suicídio está fortemente relacionada a essas características”, aponta.
Eu não aguento mais: sinais de alerta
Ainda assim, outros fatores podem estar associados ao aumento do risco, como a presença de outros transtornos, como depressão e ansiedade, o abuso de álcool e outras substâncias. A ausência de suporte social também é um fator agravante, pois o apoio é fundamental para superar as crises e buscar tratamento adequado, assim como na prevenção de atitudes que colocam em risco a integridade física e emocional do paciente.
“Tanto os profissionais de saúde quanto os familiares devem estar atentos aos sinais de alerta para o aumento do risco de suicídio como forma de tentar prevenir. Não devemos ignorar as expressões de pensamentos suicidas, como “eu não aguento mais”, “quero desistir de tudo”, ou “quero morrer”. Também devemos estar atentos às mudanças repentinas e drásticas do humor, que podem flutuar entre a raiva intensa e a tristeza profunda rapidamente, associado ao discurso desesperançoso, é um sinal de alerta”, indica.
Contudo, é importante lembrar que esses sinais de alerta não garantem que uma pessoa com transtorno de personalidade borderline cometa suicídio, mas indicam que uma pessoa está passando por um momento de grande sofrimento emocional e que precisa de apoio e cuidado.
Borderline e tratamento
Existem dois pontos principais para o tratamento: o primeiro é vencer o estigma e buscar o diagnóstico, o segundo são as terapias e estratégias que podem ser adotadas para que o indivíduo tenha mais qualidade de vida. O foco é ensinar os pacientes a permanecerem fora de suas emoções, a pensarem sobre elas antes de agir e a desenvolverem uma melhor compreensão do conflito interpessoal, para que não recorram a automutilação ou ao abuso de substâncias tóxicas no momento de crise.
“O tratamento e a prevenção do suicídio podem ser um processo longo e desafiador. É recomendado que seja realizada uma combinação de várias terapias, seguindo um acompanhamento a longo prazo e realizando um bom planejamento de segurança. Ainda assim, é preciso investir na conscientização pública e no reforço de políticas públicas que promovam a saúde mental. O transtorno de personalidade borderline é uma condição tratável e que a qualidade de vida do indivíduo pode melhorar significativamente”, finaliza.
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Sobre a Holiste
A Holiste é uma clínica de excelência em saúde mental, criada há 20 anos pelo médico psiquiatra, Dr. Luiz Fernando Pedroso, sediada em Salvador, Bahia, com atendimento nacional. Na sede principal, localizada em Salvador, funcionam os serviços ambulatorial e de internamento psiquiátrico. A estrutura da clínica conta, ainda, com o Hospital Dia (destinado à ressocialização do paciente) e com a Residência Terapêutica (moradia assistida para pacientes crônicos), dispondo sempre de estrutura e tecnologia de ponta.
A instituição conta com mais de 200 profissionais, um corpo clínico composto por médicos psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionista, gastrônoma, dentre outros, com vasta experiência em tratamento de transtornos relativos à saúde mental. Para conhecer mais sobre os serviços da Holiste, acesse o site www.holiste.com.br.