tropico comunicação
Categorias
  • Beleza
  • Blog
  • Comunicação
  • Construção
  • Cosméticos
  • Cultura
  • Educação
  • Esportes
  • Finanças
  • flipbook
  • Imobiliário
  • Indústria
  • Marketing
  • Moda
  • Negócios
  • Saúde
  • Segurança
  • Sem categoria
  • Tecnologia
  • Urbanismo
  • Viagem&Turismo
© Trópico Comunicação | Assessoria de Imprensa, Comunicação e Inbound Marketing
logo dark logo light logo
Trópico Comunicação - 20 Anos
  • Home
  • Quem Somos
  • Serviços
  • Clientes
  • Blog
  • Releases
  • Contato
logo
  • Home
  • Quem Somos
  • Serviços
  • Clientes
  • Blog
  • Releases
  • Contato
mobile-logo
  • Home
  • Quem Somos
  • Serviços
  • Clientes
  • Blog
  • Releases
  • Contato
Trending News
  • Festa Junina no Méier celebra raízes brasileiras e arrecada alimentos para famílias em situação de vulnerabilidade
  • Entre pausas e epifanias: como ler Clarice para a prova de Linguagens da UERJ
  • Marrons quentes são tendência para os cabelos nesse inverno
HomeEducaçãoEntre pausas e epifanias: como ler Clarice para a prova de Linguagens da UERJ

Entre pausas e epifanias: como ler Clarice para a prova de Linguagens da UERJ

Educação
8 Views
5 de junho de 2025
by: Redação Trópico
0

Entre pausas e epifanias: como ler Clarice para a prova de Linguagens da UERJ

Por Raphael Alves de Oliveira, Professor do Colégio Imaculado Coração de Maria Mestre e Doutorando em Linguística- UERJ

Todos os anos, milhares de estudantes encaram a prova de Linguagens da UERJ como um enigma. Muitos a colocam tal qual um desafio técnico, uma sequência de armadilhas disfarçadas de texto. Mais do que um enigma, a prova de Linguagens pode ser lida como um retrato — ainda que fragmentado — da forma como interpretamos o mundo: percebemos imagens, ouvimos vozes, elaboramos sentidos.

A presença do conto Amor, de Clarice Lispector, na prova de 2026 reforça essa leitura. Nos últimos anos, a UERJ tem promovido votações públicas para a escolha das obras literárias, e a seleção desse conto sugere uma sintonia rara entre proposta institucional e desejo coletivo. Trata-se de uma narrativa breve e silenciosa, construída por pausas e deslocamentos — uma leitura que convida à escuta, à atenção ao detalhe, ao que permanece em suspenso. Não por acaso, essa escolha coletiva reflete o que a prova mais valoriza: a sensibilidade diante do não dito — a mesma que a obra de Clarice exige do leitor.

Amor é um conto breve, mas de grande densidade. Ana, sua protagonista, está a caminho do mercado, em um bonde. Sua vida é comum, marcada pela segurança da rotina. No entanto, um evento aparentemente banal — o encontro com um cego mascando chicletes — interrompe esse fluxo e rompe uma estabilidade interior. A partir dali, Ana já não retorna ao ponto de onde partiu.

A prova de Linguagens da UERJ, aplicada na 1ª fase (Exame de Qualificação), não cobra conhecimentos decorados de gramática, nem exige definições de termos literários. O foco está na capacidade de leitura crítica e na interpretação de textos verbais e não verbais — crônicas, propagandas, tirinhas, poemas, narrativas. Mais do que identificar informações, é necessário perceber relações entre linguagem, contexto e efeito de sentido.

Em 2026, o edital reforçou essa orientação ao introduzir termos mais profundos, como epifania e metaficção, além das já conhecidas verossimilhanças externa e interna. Isso amplia o campo de análise para além do conteúdo imediato: o que se espera agora é uma leitura que compreenda como o texto provoca, transforma e desestabiliza — exatamente como faz Clarice.

No caso da verossimilhança, a externa se manifesta nas situações reconhecíveis: Ana é uma mulher comum, vivendo uma rotina urbana possível. Por outro lado, a interna se evidencia na coerência emocional da personagem. Ainda que não haja grandes explicações, seus sentimentos ressoam de forma legítima. A crise não é racionalizada: ela pulsa por entre frases fragmentadas, silêncios e hesitações.

Já a epifania — novidade no edital — corresponde ao instante em que a rotina da personagem se rompe, revelando algo que antes estava oculto. Nesse momento, não há grandes revelações nem clímax convencionais. Clarice sugere uma transformação interior, sutil, que não se explica racionalmente — e o leitor percebe essa mudança não pelos fatos, mas pelo ritmo hesitante da linguagem, pelas imagens que se repetem, pelos silêncios que se prolongam.

Quanto à metaficção, ela aparece de forma sutil ao longo do conto: em certos momentos, a linguagem chama atenção para si mesma, lembrando o leitor de que está diante de uma construção narrativa. Por esse motivo, somos deslocados da trama e convidados a perceber que o texto também reflete sobre o próprio ato de narrar. Esse efeito produz desconforto, pois quebra a imersão e revela as fissuras da rotina — tanto de Ana quanto do leitor. A personagem se desorganiza, e nós, leitores, também.

Para quem se prepara de verdade, o primeiro passo é abandonar a ideia de que Amor é um enigma a ser resolvido. O conto não foi feito para ser decifrado, mas para ser vivido. Na primeira leitura, permita-se ser afetado: sinta o incômodo do cego, o silêncio, a pausa. Depois, releia observando como a linguagem de Clarice muda: onde há tensão? Onde a rotina se fragmenta? Quais escolhas formais indicam essa virada?

Mais importante ainda: lembre-se de que epifanias também acontecem fora da literatura. Um cheiro, uma lembrança, uma interrupção inesperada da rotina — todos já vivemos algo assim. E essa experiência é chave para compreender o que o Amor propõe. A UERJ quer saber se o candidato é capaz de perceber essas camadas, mesmo que o texto não explique tudo.

Costumo dizer aos meus alunos que o bom leitor não é aquele que sabe tudo, mas aquele que se deixa afetar. Que retorna ao texto não para confirmar o que pensa, mas para descobrir o que sente. Quando o conto nos desconcerta, é sinal de que começamos a ler com o corpo inteiro — e é isso que a prova espera.

Isso não significa, claro, que o preparo técnico não seja importante. É fundamental conhecer a estrutura da prova, entender o estilo das perguntas e estabelecer uma rotina de estudos consistente. A revista da UERJ, com questões comentadas e temas recorrentes, é uma ferramenta essencial. Preparar-se com atenção e estratégia é tão necessário quanto sensibilidade.

Ler Amor, nesse contexto, torna-se um ensaio geral. Um exercício de leitura fina, percepção de camadas e coragem para acolher o desconforto. Não basta saber o que é epifania — é preciso reconhecê-la quando ela acontece. Não basta definir verossimilhança — é preciso senti-la operando. Porque o que a UERJ cobra, no fundo, é a presença do leitor inteiro: atento, crítico e sensível.

E talvez seja isso que Clarice sempre quis: não respostas, mas companhia no silêncio.

Share With:
Rate This Article
Previous Article
Marrons quentes são tendência para...
Next Article
Festa Junina no Méier celebra raíz...
Related Articles

Festa Junina no Méier celebra...

Projeto escolar estimula adole...

Educação Infantil: o alicerce...

Mais Lidos
Educação

Alunos de colégio no Rio transformam tapetes para o Corpus Christi em Tapete Solidário, com doações para o RS

28 de maio de 2024
Categorias
  • Beleza
  • Blog
  • Comunicação
  • Construção
  • Cosméticos
  • Cultura
  • Educação
  • Esportes
  • Finanças
  • flipbook
  • Imobiliário
  • Indústria
  • Marketing
  • Moda
  • Negócios
  • Saúde
  • Segurança
  • Sem categoria
  • Tecnologia
  • Urbanismo
  • Viagem&Turismo
tropico comunicacao
tropico comunicacao
Associada Abracom
Fale Conosco!

[email protected]
Fale Pelo WhatsApp
Tel: (11) 2097-3425

Últimas Postagens
Festa Junina...
5 de junho de 2025
Entre pausas...
5 de junho de 2025
Marrons quent...
3 de junho de 2025
Receba Nossa Newsletter
Siga-nos no Instagram
…
By OOS

© Trópico Comunicação – Assessoria de Imprensa