Escolas investem na capacitação de educadores para orientar o uso crítico e ético da Inteligência Artificial entre os estudantes
O ChatGPT é um vilão ou um herói para a educação? Para a coordenadora de inovação da Rede de escolas Missionárias Servas do Espírito Santo, Karla Priscilla, nenhum dos dois. A inteligência artificial (IA) entrou na sala de aula das quatro escolas e três centros educacionais da Rede. A estratégia para lidar com a tecnologia foi desenvolver um projeto de capacitação de professores para poderem potencializar o uso crítico desses novos recursos pelos estudantes.
Na Rede de Educação, há uma equipe de coordenadores de tecnologia educacional em cada unidade, sob responsabilidade da coordenadora de inovação. “Os jovens são muito bem informados sobre as inovações tecnológicas e é importante que se mantenham assim. A IA não é heroína e nem vilã, mas uma nova possibilidade de exercer o pensam ento crítico e ético. Tendo como base o documento da UNESCO, ‘Currículos de IA para a educação básica’, e o ‘Guia da Educação Midiática’, capacitamos os educadores para orientar nossos estudantes, não proibir”, explica.
A IA veio para ficar
Para a especialista em inovação, a chave da implementação de um modelo pedagógico mais aberto ao digital, apresenta alguns desafios a serem superados, mas que não apagam os benefícios deste investimento. Para os educadores, a profissional nota que a IAG (Inteligência Artificial Generativa) é uma ferramenta que pode ajudar a preparar algumas atividades. Já para os estudantes, têm auxiliado na curadoria de conteúdos, no desenvolvimento da argumentação e na formação de cidadãos preparados para utilizar estes recursos, tanto tecnicamente, como eticamente.
“Não é de hoje que a missão das escolas é preparar nossos estudantes para o desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico e ético. Com a Inteligência Artificial não é diferente e para isso temos investido e ampliado o tempo de formação dos docentes e dos gestores, para terem o respaldo necessário para preparar os alunos para o mundo que se desenha a partir das novas tecnologias, para um mercado de trabalho de novos profissionais com múltiplas habilidades”, considera.
Superando desafios
Sobre os desafios para incluir a Inteligência Artificial de modo transversal em diferentes áreas de estudo, Karla Priscilla destaca que é preciso investir em infraestrutura tecnológica, treinamento para professores, garantia de acesso igualitário e adequado de acordo com a faixa etária de todos os estudantes, além de implementar políticas de privacidade e segurança dos dados, o que acaba sendo uma oportunidade de orientar os jovens sobre o bom uso das ferramentas e a não divulgação de informações pessoais nas redes.
“Superar esses desafios requer colaboração entre educadores, administradores escolares, especialistas em tecnologia e comunidades para garantir uma implementação eficaz e inclusiva da IA na educação e temos trabalho muito e diariamente para que tudo flua de uma forma positiva e eficaz. Atualmente estamos desenvolvendo políticas claras e diretrizes éticas para orientar o uso responsável da IA na escola e entendemos que essa será uma tarefa inadiável para os profissionais de educação”, finaliza.