Gerenciando o ciclo de vida de dispositivos para uma maior segurança cibernética
Por Luis Ceciliato, Gerente Nacional de Vendas para o Brasil da Axis Communications
A conectividade dos dispositivos no ecossistema digital trouxe inúmeros benefícios para a produtividade e eficiência, mas também ampliou as vulnerabilidades associadas à cibersegurança. Gerenciar o ciclo de vida dos dispositivos é uma estratégia crucial para mitigar os riscos de ataques cibernéticos, garantindo que os produtos se mantenham protegidos desde o desenvolvimento até sua desativação. Neste artigo, discutimos as etapas-chave que os fabricantes devem seguir para gerenciar a vulnerabilidade de seus produtos ao longo de todo o ciclo de vida.
1) Desenvolvimento seguro desde o design
A segurança cibernética começa já nas fases iniciais de desenvolvimento do produto. Segundo o guia da Axis Communications, os fabricantes devem incorporar práticas robustas de segurança em todo o ciclo de design, focando em minimizar vulnerabilidades antes do lançamento do dispositivo. Para isso, devem ser aplicados rigorosos controles de qualidade e segurança, utilizando ferramentas como o modelo de desenvolvimento de segurança (ASDM) que inclui avaliações de risco, análises de código e testes de penetração, assegurando que os produtos saiam ao mercado com um nível mínimo de vulnerabilidade.
2) Manter o firmware e o software atualizados
Um dos erros mais comuns das empresas é negligenciar a atualização de firmware e software, o que deixa os dispositivos vulneráveis a ataques. Estima-se que 55% dos dispositivos conectados à internet operam com firmware desatualizado, tornando-os alvos fáceis para invasores. Para mitigar esses riscos, é fundamental que os fabricantes disponibilizem atualizações regulares de firmware, com correções de segurança e melhorias de desempenho, como parte de uma política proativa de gerenciamento de ciclo de vida.
3) Implementação de autenticação forte
Durante a fase de implementação, os fabricantes devem garantir que os dispositivos estejam adequadamente protegidos contra acessos não autorizados. Uma prática recomendada é a autenticação por IEEE 802.1X, que limita a conexão à rede apenas a dispositivos autorizados, bloqueando tentativas de intrusão. Além disso, a desativação de configurações padrão e a redefinição para ajustes de fábrica antes do uso são medidas essenciais para evitar vulnerabilidades na implantação dos dispositivos.
4) Gerenciamento e manutenção contínuos
Uma vez que os dispositivos estão em operação, a manutenção contínua de sua segurança deve ser uma prioridade. Isso inclui monitorar o ciclo de vida funcional e econômico dos dispositivos para identificar quando eles precisam ser substituídos ou atualizados. Soluções de gerenciamento, como o AXIS Device Manager, são fundamentais para automatizar e centralizar a implementação de atualizações de software, certificações digitais e reforçar as políticas de segurança em rede. Além disso, monitorar vulnerabilidades recém-descobertas e responder rapidamente com correções é vital para prevenir invasões.
5) Desativação planejada de dispositivos
Quando os dispositivos chegam ao fim de sua vida útil, é crucial que os fabricantes planejem sua desativação de maneira segura, evitando o uso de equipamentos sem suporte, o que os torna alvos fáceis para ataques. Produtos sem correções ou atualizações representam um risco significativo para a segurança cibernética da rede. Por isso, fabricantes devem informar claramente as datas de fim de suporte e fornecer orientações sobre como desativar produtos sem deixar portas abertas para invasores.
6) Transparência e comunicação com os clientes
Manter os clientes informados sobre as vulnerabilidades e correções de segurança disponíveis é essencial para uma postura de segurança cibernética sólida. A Axis, por exemplo, destaca a importância da comunicação transparente com seus clientes, oferecendo um serviço de notificação de segurança que alerta sobre vulnerabilidades e disponibiliza correções rapidamente. Essa transparência ajuda a mitigar riscos e a manter os dispositivos sempre protegidos.
Gerenciar o ciclo de vida dos dispositivos é um processo contínuo que requer atenção desde a concepção até a desativação. Os fabricantes desempenham um papel crucial, implementando medidas de segurança rigorosas que garantem a integridade dos dispositivos e protegem as redes onde estão inseridos. Atualizações contínuas, autenticação forte, gerenciamento proativo e uma desativação bem planejada são elementos essenciais para reduzir os riscos cibernéticos e garantir a segurança de dispositivos conectados.