Rainha do lar? Psiquiatra explica como estereótipos sobre a maternidade afetam a saúde mental
Com a chegada do Dia das Mães, a psiquiatra Paula Dione aponta que maternar não pode ser sinônimo de sacrifício
O universo da maternidade é cercado por algumas frases emblemáticas. A mais famosa diz que “ser mãe é padecer no paraíso”, mas será que é mesmo necessário padecer? A psiquiatra Paula Dione, especialista da Holiste Psiquiatria, chama a atenção para a cultura que exalta o sacrifício da mulher como condição necessária para maternar. Sendo assim, a mãe que verdadeiramente ama os filhos é a que sofre?
“Propaga-se que a boa mãe seria a que sofre na gravidez e no parto, que abdica de sua vida profissional e sexual pela doação aos filhos e que aceita alegremente cada uma destas contingências como consequências naturais da maternidade. O resultado disso é a culpa que acompanha muitas mulheres. Recebeu uma promoção no trabalho? Culpa. Decidiu sair sem os filhos? Culpa. Essa dinâmica adoecedora reflete na saúde mental”, explica a profissional.
Ser mãe não é um mar de rosas, mas também não pode ser um castigo
Os desafios de cuidar, educar e preparar uma criança para o mundo é enorme, mas porque esta é uma tarefa somente da mãe? Recentemente, a atriz Luana Piovani recebeu críticas porque compartilhou nas redes sociais que o filho mais velho viria para o Brasil morar com o pai, o surfista Pedro Scooby. Dividir as responsabilidades não é uma opção?
A psiquiatra reflete sobre como existe um ideal que enxerga a mulher como a principal responsável pela educação dos filhos, com um detalhe a mais, é preciso estar completamente feliz e satisfeita com a função. “Felizmente, estamos num processo de reivindicar a maternidade enquanto um trabalho que está potencialmente cheio de delícias e de frustrações, mas sem a exigência do sofrimento, desconstruindo estereótipos”, afirma.
Maternidade real no Dia das Mães
Não faz muito tempo, as propagandas de Dia das Mães estavam repletas de utensílios domésticos para presentear a “Rainha do Lar”. Hoje em dia, a publicidade mudou essa abordagem para ressaltar os múltiplos interesses das mulheres, desconstruindo a imagem naturalizada de que toda mãe é igual, com os mesmos desejos e vivências. A maternidade real mostra que não é assim.
“Atualmente, observamos a publicidade, que geralmente reflete tão bem a sociedade, tentando escapar do apelo aos presentes do passado, passando a celebrar as diferenças e desconstruir estereótipos acerca da maternidade. Se mudamos isso, fica o convite para refletir sobre o que as mães desejam para o futuro, a homenagem e os presentes fazem parte, mas também sobre como promover sua saúde mental e física, sem a necessidade de padecer”, finaliza.
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Sobre a Holiste
A Holiste é uma clínica de excelência em saúde mental, criada há 20 anos pelo médico psiquiatra, Dr. Luiz Fernando Pedroso, sediada em Salvador, Bahia, com atendimento nacional. Na sede principal, localizada em Salvador, funcionam os serviços ambulatorial e de internamento psiquiátrico. A estrutura da clínica conta, ainda, com o Hospital Dia (destinado à ressocialização do paciente) e com a Residência Terapêutica (moradia assistida para pacientes crônicos), dispondo sempre de estrutura e tecnologia de ponta.
A instituição conta com mais de 200 profissionais, um corpo clínico composto por médicos psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionista, gastrônoma, dentre outros, com vasta experiência em tratamento de transtornos relativos à saúde mental. Para conhecer mais sobre os serviços da Holiste, acesse o site www.holiste.com.br